O Bumba-meu-boi é
a festa mais marcante da cultura popular da região maranhense. Em
homenagem ao protetor do auto, São João, a festa acontece
principalmente entre os meses de junho e julho, mas há muitos eventos
fora de época que ocorrem durante todo o ano.
A
tradição surgiu no século XVIII e ainda hoje envolve a população de São
Luís que, durante as festividades, ocupa todas as partes da cidade, da
periferia aos shoppings. Grupos de todo o estado se reúnem, dançando e
cantando noite adentro.
O
Bumba-meu-boi é uma festa democrática, que envolve pessoas de todas as
idades e extratos sociais. Por ser uma festa de origem negra, ela
sofreu perseguição política e policial, chegando a ser proibida de 1861
a 1868.
O
enredo do Bumba-meu-boi conta a história de Pai Francisco, um escravo
que, para saciar o desejo de sua esposa grávida por uma língua de boi,
mata o gado de estimação do senhor da fazenda. Percebendo a morte do
boi, o senhor convoca pajés e curandeiras para ressuscitar o animal. O
boi volta à vida e a comunidade festeja.
Essa
história é um retrato das relações sociais e econômicas vigentes
naquela região no período colonial. O nordeste brasileiro vivia da
monocultura e da criação de gado, apoiando-se em um regime de
escravidão.
Hoje
em dia, a forma como o boi é apresentado não narra mais a história
completa. São contados enredos simplificados, também conhecidos como
“meia-lua”.
O
festejo se divide em quatro etapas. Ainda na preparação começa o
primeiro estágio, os ensaios. Eles se iniciam no sábado de aleluia e
terminam dia 13 de junho, dia de São João, ou no sábado mais próximo
dessa data.
A
segunda fase é o batismo, quando o boi recebe todas as bênçãos do
padroeiro da festa. A celebração com brincadeiras em arraiais durante
todo o período de festa junina é a terceira etapa. A quarta e última
etapa é a morte do boi, que acontece no final do mês de julho e termina
definitivamente em outubro.
Somente
na cidade de São Luís existem mais de cem grupos de Bumba-meu-boi. Cada
um deles tem o seu sotaque, ou seja, uma forma própria de se expressar
através das vestimentas, da coreografia, dos instrumentos escolhidos e
da cadência da música.
São cinco os mais famosos sotaques:
MATRACA
Vindo
de São Luís, tem como principal instrumento a matraca, dois pedaços de
madeira que são batidos um no outro, e o pandeiro rústico, feito de
couro de cabra. O sotaque de Matraca tem um ritmo bem acelerado,
embalado por dezenas de matraqueiros.
ZABUMBA
Forte
na região de Guimarães e arredores, tem como puxadores o ritmo africano
das zabumbas, tambores bem grandes socados por uma maceta. Pandeirinhos
e matracas também participam, mas somente como complementos O figurino
é bem rico. Os brincantes usam roupas aveludadas, saias amplas bordadas
e chapéus cheios de fitas que quase cobrem seu rosto.
ORQUESTRA
Tem
origem na região de Munim, seu ritmo é festivo e de muita alegria. Seu
destaque é uma banda com instrumentos de sopro e corda. Os
participantes também têm trajes de veludo com ricos bordados e miçangas
e dançam ao som de saxofones, banjos e clarinetas.
BAIXADA
Tem
o som mais leve e lento, apesar de também usar pandeiros e matracas. Na
verdade, é o toque ritmado que dá o tom suave. A roupa vem com penas e
bordados em bases de veludo e chapéus suntuosos. O Cazumba, bicho e
homem são personagens características desse sotaque.
COSTA DE MÃO
Surgido
na região de Cururupu, esse sotaque vem embalado por um ritmo
cadenciado ao som de pandeiros tocados com as costas da mão, caixas e
maracás. As roupas também têm bordados em calças e casacos e seus
chapéus em cogumelo funil são adornados com flores.
Fonte:
http://bumba-meu-boi.info/mos/view/Bumba-Meu-Boi_do_Maranh%C3%A3o/
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Artista: Eduardo Lima |
1ª etapa dos trabalhos que serão desenvolvidos para nossa
FESTA FOLCLÓRICA em 11 de Agosto.
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